Sempre fui bem ansiosa. Ficava imaginando o que aconteceria nos encontros marcados, como seria o meu dia seguinte e como eu estaria com 30 anos.
Acho que já nascemos sofrendo desse mal.
Quando somos crianças as indagações já começam com o famoso "o que você vai ser quando crescer?".
Com o passar do tempo, as cobranças vão aumentando cada vez mais e o que se vê são comparações do tipo "fulano já fez isso e já é aquilo, e você?". Vivemos em uma sociedade que nos pressiona o tempo todo.
Mas, por conta dessas cobranças, acabamos esquecendo o quanto é bom nos desvincilhar dessas amarras e viver uma vida mais leve.
Sim, é um contante paradoxo: trabalhar, correr atrás de objetivos, ganhar dinheiro e ser alguém versus descansar, gastar dinheiro e sermos nós mesmos.
Às vezes é necessário parar, respirar, pensar sobre a vida e nos próximos passos a serem dados. Mesmo que não se tenha planos em mente, refletir sobre o que fazemos ou deixamos de fazer faz parte do processo.
Vivi alguns anos bem intensos, desde a preparação para o vestibular, até o comprometimento com a faculdade e a busca de reconhecimento na profissão. Absolutamente não me arrependo de nenhum segundo "perdido" em meio aos livros ou na mesa de trabalho.
Mas acabei de formar, aos 21 anos, fui contratada e cá estou eu pensando em fazer mestrado. Eu sei que o mercado é cruel, mas também é cruel se sacrificar tanto.
Uma das coisas que mais aprendi nos últimos anos é que tudo acontece quando tem que acontecer e, agora, senti uma necessidade imensa de desacelerar.
Dar tempo ao tempo é fundamental.
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