O Best seller conta, entre risadas e emoções, a história de Marley (segundo o autor, "o pior cão do mundo"). Um labrador de mais de 50kg, apaixonado pela vida e pelos seus donos, que não abre mão da liberdade e de uma boa bagunça, desrespeitando a todas as regras simplismente para satisfazer suas vontades (ou seja, as que não são as dos seus donos) e se sentir feliz. Uma lição de vida para todos nós.
A partir dele, começei a entender (um pouco que seja) o comportamento do meu adorável cãozinho Júnior (para minha mãe, o verdadeiro pior cão do mundo). Um poodle de míseros 9kg que dá o que falar na minha casa.
Outro dia, chegando em casa com a minha mãe, depois de uma dessas chuvas pessadas de verão, encontrei ele, todo molhado, na varanda. Minha mãe veio logo atrás de mim, já com a palma da mão aberta.
_Júnior, olha pra você, tá todo molhado. Quem mandou você sair do canil? Eu perguntei.
Ele me olhou com aquela carinha de cão sem dono, como se perguntasse o que tinha feito de tão grave.
_Como você conseguiu sair de lá? Minha mãe perguntou assustada. Aquele negócio tem mais de 1 metro de altura, e eu coloquei madeira em cima da grade. Não é possível...
_Anda, vai lá pra dentro. AGORA! Ela gritou nervosa.
_Calma mãe, não bate nele não, tadinho, ele tava com medo da chuva...
Mas meu apelo não adiantou. Ela lascou a mão nele (devagarzinho, mas bateu).
Eu fui pra sala, e quando ela chegou, tava soltando fumaça pelas ventas.
_Esse cachorro é doido. Ele destruiu, eu disse DESTRUIU aquela grade de ferro. E não foi a primeira vez, por isso que eu tinha colocado a madeira... mas não foi suficiente. Nunca é suficiente. Eu vou te falar uma coisa, ou esse cachorro me mata ou eu mato ele...
_Mãe, não fala assim dele não. Poxa... ele é só um cachorro...
_Um cachorro ou um monstro?
Ela estava nervosa... ela sempre fica nervosa... e fala essas coisas. Mas a verdade é que ela só fala. Depois que a tensão passa, fica tudo bem. E o Júnior sabe disso. Depois de 1hr, ele já estava fazendo seu escândalo, chorando e implorando para ser solto e poder brincar com sua bola melada.
Dia 25, estreiou o filme do Marley no cinema. Como fã número 1 que sou, não pude deixar de ir, e junto comigo, foi minha mãe. Um filme nunca é tão bom quanto o livro, mas rendeu bastante gargalhadas. Depois do final, super emocionante, quando as luzes se acenderam, não tinha um que não estivesse chorando, exceto, é claro, minha mãe.
_Ué mãe, que foi? Não gostou do filme?
_Gostei... Mas eu não precisava ter saido de casa para assistir um cachorro que não faz nem 1/3 do que o Júnior faz...
Ontem, li no jornal que esse filme teve a bilheteria recorde no Dia de Natal, US$ 14,75 milhões.
É... o Marley não tem jeito mesmo... imagina então quando o Júnior sair nas telinhas!