Dia desses, passando os olhos por uma das milhares de abas abertas no computador, um artigo da gringa conseguiu me manter interessado e focado até eu conseguir a proeza de terminá-lo (Quando nos tornamos leitores com a atenção tão difusa? Isso é assunto para outro post, se a memória colaborar).
Infelizmente, o link do artigo sucumbiu no abismo que o arquivo do nosso histórico cibernético virou, mas a ideia era de tentar tirar o melhor da cidade em que se vive, mesmo ela não sendo uma capital internacional da moda, ou referência da gastronomia, ou coisas do gênero.
Essa alfinetada bateu forte e a carapuça foi feita à mão para mim. Sempre vivi por essas bandas da Zona da Mata, enchendo a boca para bradar aos quatro ventos que sairia assim que tivesse oportunidade. Ah, o Rio! Ah, São Paulo! Ah, Paris!
Sim, ainda tenho ressalvas quanto à Manchester mineira, entretanto resolvi entender a cidade pela perspectiva do artigo que tinha uma lista – e eu sou o maluco das listas – das práticas que poderiam melhorar a sua relação com o morar em um lugar, digamos, menos favorecido de atrativos.
Lembro-me que a lista começava com um pedido para treinarmos nosso olhar. Pegar uma câmera e bater fotos aleatórias. Entender as estéticas particulares. Encarar as personalidades locais. Se perder. Fazer programas de turista. Ter um dia o mais típico possível. Ir ao centro. Ir a um bairro em que nunca se havia ido. Coisas assim.
Confesso que não realizei todos os itens da lista, até porque perdi o artigo no turbilhão cotidiano - tirei umas fotos aqui e ali, andei por quebradas nunca dantes trilhadas, aprendi um atalho novo, esse tipo de coisa. O importante foi perceber que treinar o nosso olhar pode ser um exercício diário e divertido. Buscar uma novidade em algo que não damos a devida atenção ou valor.
Experimentar novas vivências em programações já mais do que revisitadas. Tirar o melhor do possível e do potencial do que nos cerca. Sair um pouco do hype de tudo que você pode viver de melhor no futuro, em uma cidade perfeita que só existe na sua imaginação, e botar em prática alguma das suas vontades aqui e agora. É bacana até para confirmar sua opinião de não pertencimento a tal lugar. Até para fazermos as malas de forma mais consciente e decidida.
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Seu post disse tudo. Acredito que todo mundo tenha essa inquietude com relação aode está. Seja geograficamente, emocionalmente...enfim é do ser humano
ResponderExcluirTambém tenho essa relação com JF. Vou tentar colocar em prática essas dicas da sua lista. ;) Arrasou!
ResponderExcluirConcordo com as meninas, todo mundo é meio insatisfeito com o local onde vive... mas olhar com outros olhos faz toda a diferença!
ResponderExcluirArrasou no texto, Rods!